terça-feira, 19 de outubro de 2010

Singular e plural

Se sou menina, sou moleca. Brinco, com estabano e rio do nada.
Se sou mulher, esquento, sou intensa. Amo e vibro, completamente.
Se sou corpo, amadureço e acolho o que for de meus anseios, com plenitude.
Se sou alma, vivo. Cresço, busco e me alimento do divino e do mundano.
Se sou espírito, caminho em direção à luz, e clamo por Sua orientação.
Se sou livre, viajo, devaneio, crio, como somente o insano e o lúcido da liberdade pode me proporcionar.
Se sou raiz, educo e aprendo. Sou descendente e sou ancestral. Penso que mais educo que aprendo mas o contrário é que por muitas vezes faz mais sentido.
Se sou filha, mostro-me sem receios. E alimento-me da certeza da retaguarda.
Se sou mãe, vivo o amor incondicional.
Se sou forte, combato e persisto, sempre.
Se sou frágil, tenho ninho e tenho lágrimas pra me lavar. Sou doce e serena.
Se sou sua, ofereço amor, companheirismo e lealdade.
Sou minha. E sou menina e mulher, corpo e alma. Sou espírito, livre e com raiz. Sou mãe e sou filha, sou forte e sou frágil e só por isso posso ser sua.