quarta-feira, 5 de maio de 2010

Estou viva, me respeitem...

A sociedade impõe comportamentos padrões...
Comportamentos politicamente corretos, socialmente aprazíveis, culturalmente massificados, estereotipados, pasteurizados...
Existe uma fala padrão que é: seja você mesmo...
Mas até essa fala tem que ser dentro de algo que se espera de você...

E o que se espera de você, como ser social?!
Que você seja bela, mas nem tanto... Você deve ser bela o suficiente para encantar o sexo oposto, mas nem tanto, para não despertar a ira do mesmo sexo...
Você deve ser culta o suficiente para entender as regras de comportamento, mas nem tanto, para não questioná-las...
Você deve ser inteligente o suficiente para raciocinar sobre o que está sendo imposto, mas nem tanto, para não querer fazer diferente...
Você deve ser eloquente o suficiente para "trocar idéias com as amigas e com os garotos", mas nem tanto, para não mostrar sua forma de pensar - aliás, para não demonstrar que pensa...
Você deve se vestir de forma original, o suficiente para ser atraente e "gastar" com a moda, mas nem tanto, para poder gastar com a moda e para não se destacar...
Você deve pensar o suficiente, mas nem tanto, para não ter que por os outros para pensarem também, isto incomoda...
Você deve sentir o suficiente, para se encantar com as datas festivas, comemorativas e comerciais, mas nem tanto, para poder aceitar os padrões de comportamentos engessados...
Você deve ser diferente o suficiente para ser você mesma, mas nem tanto, para não ferir os egos anestesiados das outras pessoas...

Eu sou eu mesma... E eu pago um preço altíssimo por isto... Eu penso, eu sinto demais, eu questiono, eu me coloco, eu não aceito com facilidade o medíocre... Eu sou inteligente e quero poder usar a minha inteligência... Eu tenho uma expressão facial enorme, e pago um preço por isto também... Eu não consigo disfarçar (Graças a Deus) e pago um preço por isto... Eu me relaciono com as pessoas pelo que elas são, independente do que elas são, do sobrenome delas, de onde elas vieram, o que elas fazem, e principalmente, o que elas têm.... E pago um preço altíssimo por isto... Eu não me conformo facilmente com o que não está intimamente de acordo com meu coração, e pago um preço altíssimo por isto (não confundam com falta de resiliência - eu diria falta de conformismo - Graças a Deus!!!!!, novamente)...


Quando você é assim, você é classificada de estranha, excêntrica, diferente, aquele que não se adapta, "louca"... Mas me diga: como eu posso ser feliz e não ser eu mesma?! Como eu posso viver e não somente sobreviver, fugindo da minha essência?! Acaso não é isto que é loucura?! Acaso não é isto que é censura?! Acaso não é isto que é hipocrisia?!

Dá licença: eu preciso ser eu mesma... Eu preciso viver de verdade... Eu preciso respirar... Eu preciso ir de encontro ao que tem de mais profundo e genuíno dentro de mim... Eu preciso estar viva... E não to pedindo que me aceitem... Mas me respeitem...

11 comentários:

  1. Uma das formas de ser você mesma e estar feliz com isso, é se posicionar e deixar as claras o que pensa.Se você sempre releva, aceita ou se conforma, nunca será respeitada.Logicamente sem radicalismo ou porralouquice, pois aí perdera a credibilidade. É dificil ser assim como você esta se colocando, mas que é muito mais gratificante, isso é! Como você mesma colocou a resiliência é imprescindível para que você seja aceita, mesmo com a firmeza de suas convicções.

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  2. Amiga, texto maravilhoso, aliás, como sempre!
    Tens esta clareza translucida de expressar teus sentimentos, de modo que a gente sempre acaba sentindo como se o texto fosse nosso......
    Nós, as diferentes, "duras" como alguns podem dizer abrimos caminho na vida com nosso dissernimento sobre o que é certo, ou errado.Não temos medo de nos mostrar como somos, muitas vezes quebrando feio a cara com isto!

    LUFE, nossa amiga não levantou não de pé esquerdo, ela simplesmente expôs os sentimentos da mulher moderna, bem sucedida, e que não precisa ser um ser apenas sombra de um homem como eram nossas antepassadas.
    Não leia isto como um feminismo desenfreado, é apenas uma realidade constatada na prática por uma mulher feminina e vencedora!

    Lu Querida! Tiro novamente o chapéu para ti! Simplesmente brilhante!

    Beijinhosssssss

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  3. Lu........falha nossa......."discernimento", e não como constou!

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  4. Oi Lu,
    excelente texto, amo a minha "marginalidade" e a "marginalidade" dos meus raríssimos amigos...rs bjs e boa semana

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  5. Sandra,
    Concordo inteiramente com o que você disse sobre o post,e compactuo com a Lu na sua tomada de posição em ser ela mesma.
    O pé esquerdo, foi uma brincadeira sobre o fato dela mesma dizer que escreve melhor quando "cutucada", e neste texto ela foi sensacional.
    Longe de mim considera-la uma feminista radical, considero sim uma feminista sensivel,feminina e coerente,que luta pelo que acredita

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  6. Lufe.......tiro meu chapéu para ti também! Só um homem de verdade responde desta maneira!!!Abraçossss

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  7. Olá todos vocês!!!!
    Ahh!!! Como é bom entrar aqui e ver vocês!!!!

    Sandrinha, o Lufe tem razão... Eu realmente postei meio de TPM, meio pé esquerdo...
    Aliás, esta semana não foi muito simples, eu travei a coluna, fiquei internada por causa disto (minha cervical não é das melhores!!!!), meu pc queimou a tal da fonte... Só agora estou entrando aqui, pra dizer oi, pra dizer que quero muito ver se escrevo, está me fazendo falta, mas não to podendo ficar muito no pc....
    A postura não me favorece....
    Venham sempre...
    Vocês já fazem parte da minha vida virtual!!!!
    Um grande beijo em todos....
    Se Deus quiser, posto algo para amanhã, dia das mães....
    Um beijo no coração de todos vocês!!!!

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  8. oque é isso, menina? logo a coluna! Melhoras!Cuide bem de você!
    bjs

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  9. Lu, o que eu acho melhor nessa história de blogs é que as pessoas que os acompanham passam a se questionar, a trocar idéias sobre o assunto postado. Discordo de Sandra quando ela diz, em resposta ao Lufe que "expôs os sentimentos da mulher moderna, bem sucedida, e que não precisa ser um ser apenas sombra de um homem como eram nossas antepassadas" Não vejo os seus textos como discursos feministas. São textos de UMA PESSOA, que expressa de maneira clara, acessível e tão verdadeira os próprios sentimentos e questionamentos DE UM SER HUMANO, com a delicadeza de uma mulher.

    Parabéns!!! Já sou sua fã

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